Letras indignadas que brotam de dentro de um escritório úmido, frio e escuro, numa segunda-feira de sol pré-feriado. Formam textos verdes, como se verá. Líquens na tela. Por ora, é isso.
“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. […] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.” Clarice Lispector in Aprendendo a Viver .
4 comentários:
Hehe... esta cena é o máximo.
Começou bem.
Vida longa!
Como os líquens, formam desenhos.
Trabalho em escritório!
Um eterno drama para muitos de nós.
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