23.4.08

Tenho a língua nos dentes

Ouvir a voz dele é uma experiência sinestésica. O som de um sino grave a ressoar tão longe, tão perto, tão longe, tão perto, tão longe na onda que me dorme, acalma, hipnotiza. Por dentro, o coração é todo badalo. E vibro.

13.2.08

Balé de ralé

Silencio lá de cima de onde vejo
Seu cortejo
Arabescos, atitudes, piruetas
E beijos à francesa.

Enlace e entrelace de relações soltas para meu simples divertissement.


22.11.07

Nossos Mandamentos

Abrir o mar com a literalidade total do Livro que não verso e não proso. Livrar do sal e da vermelhidão essas retinas que têm se acostumado a ver marolas sem gosto e ondadas de desgosto. Pisar de novo o seco caminho de tuas terras sem promessas esperando que nelas não se tenhas afogado. Eu te resgato da tua seca enquanto me alças das águas deste bíblico dilúvio.


21.11.07


Há sangue. Restos e sangue. Fios de cabelo que a navalha tira na velocidade dos meus dentes. Pus sal nos cantos da casa.
Dizem que tenho olhos de ira. Ou tristes. Pelo menos nada piorou.

A saudade é tanta que transforma os piores momentos nas melhores lembranças.


27.9.07

Mantra

Acostuma-te com os dias que não são mais teus.




19.9.07

Missão

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar.

Candeia


18.9.07

Ciúme e limbo

Penso desse jeito simples desesperado. Se me importo? Médio. Resolvia encontrar o rei de tua Pasárgada e, com a sofisticada perversidade das pontas desses meus dedos magros, extrair-lhe os bagos, com pele e vasos, para então calmamente depositá-los no intestino da mulher que ora desejas querer. E tudo na cama que escolherás.

Vê agora em quem se instalou o teu mal?