23.6.06


Não tô desesperada. Apenas desesperançosa, esta é a palavra.
Eu juro que tento não mergulhar de vez nesse espírito verde-amarelo tupiniquim, não aguardar pelo jogo roendo unhas e dedos, não explodir com os fogos que estouram na porta de casa, não comer pipoca compulsivamente... Mas acontece, fazer o quê. E aí eu me culpo e me xingo ainda mais por ver que minhas angústias não cessam ao fim de uma partida com vitória, pelo contrário. Aumentam ao perceber que a gritaria desmedida, o incentivo telepático, os elogios por dois ou três passes sem erros do Ronaldinho Gaúcho e, claro, as duas bolaças na rede do Ronaldo, ainda não me fazem acreditar que a taça do mundo é nossa. Parreira me confunde desde 94 com esse esquema tático ilógico que faz dos nossos contra-ataques um passeio de quasímodos pelas margens do Sena.
Lento, confuso, truncado está o nosso futebol. E isso me faz lembrar da vida. Da minha, claro. E de como ando descuidando da pobre para vestir uma camisa sem dono e sem suor.

5 comentários:

Cronópios Editora disse...

Sua vaca, tá cada vez melhor ler esse seu blog...

Tata disse...

Meu, vc tava inspirada para escrever, hein!! Mas não tem jeito, acho que todo brasileiro, por mais que não queira, acaba se entregando ao "hotimismo-pessimismo". E ao ganhar, vibra, diz "eu sabia", etc, mas se perde, chora!!

Anônimo disse...

Pois é, Su, eu me vejo na mesma situação ao começo de cada Copa do Mundo... faço uma força danada pra não pensar no assunto, não torcer, não vibrar, não me desesperar com cada jogo.
Mas é tudo em vão. Basta eu ver o Brasil em campo para esquecer de tudo e ficar rouco de tanto gritar - quem sabe assim o "Gordonaldo" acorda, né?
Mas ao fim de cada jogo vem a mesma decepção: podiam ter jogado mais... aliás, podiam não, DEVIAM ter jogado mais, marcado mais, dar mais espetáculo mesmo!
Mas daí eu lembro que o "Seu" Parreira gosta de nos ver sofrer - só isso explica o cara ter alguma dúvida sobre a escalação para o próximo jogo depois de ter visto a diferença de rendimento entre os jogos contra a Croácia e a Austrália e a goleada sobre o Japão - claro que bater em aleijado é fácil, mas...
E se já não bastasse isso ainda temos de aturar o Galvão - ô tristeza!

Anônimo disse...

Very pretty site! Keep working. thnx!
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L.S. Alves disse...

Estranho como esse sentimento invade toda a nação. Só não vale deixar a vida de lado.

P.S: Eu adoro desenterrar os mortos. Não resito a voltar no seu passado.