13.4.06

Afluente

Flutua
Sobre a água imponente
Ingênua
A conduzir tranqüila a torrente
Copiosa
Sem saber-te tão imponente
Agressiva
No ímpeto de inundar planícies minhas
E derramar-te no leito meu.

Rasga-me
Alarga-me as margens
Da expansão
Sufoca-me a dor com a tua densidade
Regalo meu.

Teu curso infinito
A espalhar-se no mundo
Ouso
Retiro as barragens
E permito-te partir
Até a nossa próxima estação
Desvario meu.

Um comentário:

disse...

Afluentes passam... mas ao mesmo tempo ficam... não com as mesmas águas, mas sempre com a mesma intenção - de unir margens, de misturar correntes, de deslizar para o mundo com as águas que os deixaram mais fortes e mais completos...

Beijo, Jô.